Em minha atual trajetória na educação em busca pela construção de novas visões vejo que meus alunos necessitam de estímulos específicos e de método investigativo, compreendido na realidade ou em espaços diferentes onde interagimos oportunizando o mesmo com uma teia de conexão na construção de conceitos de forma lúdica, pessoal e significativa.
Assim relembrando Paulo Freire "a educação reproduz a estrutura dinâmica e o movimento dialético do processo histórico pelo qual o homem se faz homem e aprende a dizer a sua própria palavra e assume conscientemente sua condição humana ".
Depois de muito tempo trabalhando com 3ª e 4ª séries este ano estou fazendo novas descobertas. Primeiro fazendo estágio da faculdade e segundo trabalhando no laboratório de aprendizagem, espaço este que atende várias turmas e níveis de aprendizagens diferentes. Nossa primeira semana foi bastante calma, conversas informais, inteiração com os grupos, ajuste de dias e horários para não baterem com as aulas de capoeira e aulas de canto. Estava bastante ansiosa quanto aos 2º e 3º anos, pois já havia mais de 10 anos que não trabalhava com essas turminhas e para a minha surpresa, foi mais fácil que eu imaginava, eles interagiram o tempo todo, realizando as atividades propostas sem deixar de investigar tudo que tinha na sala de aula: jogos, livros, brinquedos, caixas etc. Quanto às outras turmas nosso envolvimento foi bastante satisfatório, pois a busca de interesse por parte dos alunos geraram debates e trocas entre eles no trabalho desenvolvido: leitura, interpretação e produção textual relacionados a literatura infantil. Esta semana ainda tivemos a visita da escritora Monika Papesku que trouxe seu primeiro livro infantil “Peixinhos”. Com sua forma lúdica encantou todos, mostrando criatividade, diversidade, valores, respeito e união. Os alunos interagiram com curiosidade o tempo todo enquanto a escritora contava sua história. Em fim a semana de Monteiro Lobato trouxe ainda mostra e exposições de trabalhos construídos pelos alunos.
(Atendendo as solicitações e respondendo os questionamentos).
Estou sim muito estimulada a realizar esse trabalho no laboratório de aprendizagem aqui na escola Monteiro Lobato. Sabes porque? Porque já não me vejo como uma simples trabalhadora em educação e sim como uma educadora. Meu estímulo é ainda maior pois sei que estou realizando o meu estágio de Pedagogia. Um curso que me empolgou fazendo renascer em mim muitas esperanças no exercício de minha profissão, mesmo sem aumento de salário.
Sinto-me preparada para tal pois entendo que o laboratório de aprendizagem é um espaço de investigação no processo ensino-aprendizagem, onde vou identificar o nível de aprendizagem que o aluno se encontra, buscar saber quais são realmente as dificuldades de cada um e num trabalho entrelaçado ao já desenvolvido pelo professor titular da turma.
Contribuirei usando novas estratégias e recursos necessários para que a aprendizagem aconteça. Quero que meus alunos saibam ler, escrever, pensar e expressar-se verbalmente sabendo argumentar ou discutir um fato o que não deixa de ser uma " dialética" adquirindo novas informações a cada dia e proporcionando novos conhecimento.
Há! eu aprendo muito com eles sim, porque vejo meu aluno como sujeito ativo, que pensa, interroga, questiona e que também consegue resolver situações difíceis no seu cotidiano, mostrando do que ele é capaz. Chego a me emocionar quando eles me relatam situações vivenciadas na família ou na vila onde moram pois meu ponto fraco é o coração.
Quanto as atividades proporcionadas no laboratório, estou sendo mediadora estimulando a aprendizagem do aluno fazendo com que meus objetivos pré- estabelecidos sejam alcançados.
Nos jogos eles vivenciaram momentos de habilidade, treinando a concentração, a atenção, o uso da memória e do raciocínio.
Com os livros, proporcionei momentos de leitura, relatos orais através das ilustrações que motivaram o aluno a expressar-se verbalmente e também deixando eles darem asas a suas imaginações criando cada um a sua história.
Com as caixas, oportunizei o desenvolvimento da criatividade, a observação de detalhes, cores e o reconhecimento de formas geométricas.
Outras atividades nortearão o meu trabalho durante meu estágio neste ano que são: vídeos para trabalhar a auto-estima, resgate de valores e diversidade cultural. Atividades artesanais e artes plásticas.
Quanto a visita da escritora Monika Papesku aprendi que a criança pode sim independente de sua idade escolar ou comunidade a que está inserida, fazer leituras críticas. Vou usar também como fonte de leitura jornais, revistas com meus alunos pois a grande maioria das crianças dependem da escola para ler, para ter acesso a livros, revistas e jornais.
Enfim eu ensino e aprendo a cada dia com meus alunos porque, aproveito o potencial de cada criança, suas experiências, suas dificuldades. Reforço diariamente a auto-estima fazendo com que eles se sintam capazes relacionando-se de forma harmoniosa com o grande grupo na sala de aula, na escola, na família e na sua comunidade.
Um comentário:
Nair querida, de toda essa listagem que colocas, pela qual noto teu entusiasmo te perguntaria, qual das ações hoje feitas que não fazias antes? Se não fazias porque fazes agora? Realmente não acredito que só agora, com a presença da escritora percebestes que os alunos podem bem mais do que é solicitado. Um abração
Bea
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